DELITO há dez anos
Adolfo Mesquita Nunes: «A minha memória é caprichosa, não se deixa enganar ou seduzir pelas minhas instruções. Guarda o que lhe apetece, algumas vezes em segredo, muitas vezes contra a minha vontade. É ela, não eu, que escolhe o que me faz regressar ao ouvir o primeiro acorde ou ao ver primeira imagem. Esta é uma série que lhe é dedicada. Não à minha memória, que não merece, mas ao sítio para onde regresso quando lhe obedeço.»
Ana Vidal: «O Hino à Alegria tem um papel cultural de extrema relevância no mundo actual, já que se tornou no hino da União Europeia. Outra prova da sua importância foi o valor de 3,3 milhões de dólares atingido pela venda de um dos seus manuscritos originais, em 2003, pela Sotheby's de Londres. Com Hamlet e Rei Lear, de Shakespeare, a obra foi considerada um dos maiores feitos artísticos de todos os tempos.»
Fernando Sousa: «Como sou do tempo em que se chateavam os putos por gostarem dos quadradinhos, gosto hoje de quem os trata bem, como Pedro Moura o faz no Ler BD. Sabe do que escreve e está atento às novidades, incluindo as más, como a morte, sábado, de Moebius, ou Jean Giraud, o homem que deu vida ao tenente Blueberry, o meu primeiro herói atípico - outros se lhe seguiram. Longa vida aos fazedores de sonhos e aos que não os deixam morrer.»
Teresa Ribeiro: «Tem nojo de mim, o insolente. Quando o abraço e beijo a seguir lava-se repetidamente para eliminar o meu cheiro. "Estúpido!", grito-lhe às vezes divertida. Seria impossível achar-lhe graça se fosse gente. Quem disse que as diferenças tendem a aumentar os nossos níveis de intolerância?»