Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 08.02.22

21523202_SMAuI.jpeg

 

João Carvalho: «Por mim, a Alemanha baixa imediatamente para o nível de "lixo". Se alguém quiser juntar-se, podemos fundar uma agência de rating anti-alemã a partir deste blogue. Que tal? É certo que a Alemanha não tem túneis como a Madeira, mas isso é muito pior: sem túneis para se esconder, a chancelaria do país tem de meter a cabeça na areia e não consegue ver a realidade em volta.»

 

José António Abreu: «Obsessivo, sabia tudo sobre o amor. Lera imenso acerca do assunto. Vira centenas de filmes. Escrutinara a letra de inúmeras canções. Apesar disso, as relações nunca lhe duravam. Pensara e voltara a pensar e chegara a uma conclusão: a probabilidade de encontrar uma mulher com o mesmo grau de compromisso com a paixão enquanto objectivo de vida que ele tinha era infinitesimal. Inferior a ganhar o euromilhões. Provou-o começando a jogar no euromilhões e obtendo o primeiro prémio três anos depois, após mais um par de relações falhadas. Mas provou-o à justa, uma vez que logo a seguir começou finalmente a encontrar mulheres que pareciam dispostas a tudo para ficar junto dele para sempre.»

 

Luís M. Jorge: «Não tenho grande amor à velha ortografia, nem percebo que tantas almas se perturbem por escreverem fato em vez de facto, como se nas décadas em que escreveram de cor indefinida e saber de cor tivessem confundido o cinzento com a tabuada.»

 

Luís Menezes Leitão: «Agora que está demonstrado para todos a armadilha que foi o euro, convém recordar quem é que teve a inteligência de deixar o seu país fora dessa embrulhada. A senhora Thatcher bem sabia que o Parlamento não poderia entregar toda a sua política monetária a uma instituição externa, que obviamente não decidiria em favor dos interesses dos cidadãos britânicos.»

 

Patrícia Reis: «O medo. Uma variante de vida? Não, para a maioria é uma forma de vida, de estar, de ser. Infelizmente.»

 

Rui Rocha: «Associar o choro à dor ou ao sofrimento reconfortava-o. As lágrimas permitiam-lhe confrontar o mundo com a injustiça da sua circunstância, mesmo que, naquele momento, esse mundo não fosse mais do que um apertado e negro esconderijo a tresandar a naftalina. Lambeu as mãos demoradamente. Húmidas e salgadas. Tal como quando era criança, a certeza do choro acalmou-o.»