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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 17.10.21

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Ivone Mendes da Silva: «Talvez o destino do Homem seja o fracasso, mas vou já avisando que isto não é um aforismo, é um estado de espírito.»

 

João Campos: «Quando vim viver para Lisboa há oito anos, ia para o Alentejo às sextas-feiras no antigo Inter-regional Barreiro - Vila Real de Santo António das 19h30. Nunca vi esse comboio vazio - entre estudantes, tropas, pessoas que precisavam de vir a Lisboa e de regressar no mesmo dia, e pessoas que pretendiam apenas passar o fim-de-semana na terra, era até frequente ter alguma dificuldade em arranjar lugar sentado. Esse serviço acabou há muito - e a CP dedicou-se com afinco a destruir o serviço Regional do Sul até ao ponto em que estamos, com uma ligação Faro-Setúbal em horários ridículos que não servem para estudantes, trabalhadores ou militares. Parece ser a estratégia da CP para encerrar serviços - mudam os horários até à inutilidade, para justificar o encerramento com a "fraca procura".»

 

João Carvalho: «O selvagem anormal que executou a chacina na Noruega regressa à ribalta. Desta vez, o nome do assassino que protagonizou o cobarde massacre protagoniza ainda uma longa metragem. Bem pode o realizador explicar o que quiser, que jamais deixará de ofender o senso comum.»

 

José António Abreu: «A uma conclusão já chegámos: os interesses cruzados de governantes, banqueiros e empresas várias (dos ramos da construção civil, do imobiliário, da gestão de infra-estruturas e de resíduos, das energias renováveis, etc.) tiveram um papel crucial na definição do trajecto que nos trouxe à situação de falência. Demorámos a atingi-la mas ainda bem que agora não restam dúvidas.»

 

Luís M. Jorge: «Um Governo que recebe a família Espírito Santo enquanto discute o Orçamento de Estado é um governo que reconhece, tão bem como o anterior, a voz do dono. E se eu puder chatear, chateio.»

 

Rui Rocha: «A redução da despesa por via do corte dos salários dos funcionários públicos será completamente imoral se fizer retardar um segundo que seja outras reformas estruturais do Estado. E acrescento que essa imoralidade será ainda mais grave se certos monopólios, mordomias e gastos supérfluos construídos à sombra do Estado se mantiverem.»

 

Zélia Parreira: «Sou funcionária pública, não consigo fugir aos impostos nem às deduções, nem a nada. Sou funcionária pública e trabalho para o meu país, para a minha comunidade, imbuída dum espírito de missão que só quem o tem pode compreender. Não me interpretem mal, mas não se atrevam a ter pena de mim. Sou uma pessoa muito forte. Tão forte que, mesmo sendo funcionária pública em Portugal, estou decidida a sobreviver.»