DELITO há dez anos
Ana Vidal: «A monotonia é uma cena que não nos assiste, como diria o mais recente herói das estradas portuguesas.»
João Campos: «A estrutura narrativa é outro dos pontos fortes de A Game of Thrones, com a estrutura por capítulos a abdicar dos narradores de primeira ou terceira pessoa convencionais. Cada capítulo do livro tem como título o nome de uma personagem, e é narrado de acordo com o ponto de vista dessa personagem. Esta estrutura pode parecer estranha ao início, mas revela-se surpreendentemente dinâmica à medida que a história progride, dando protagonismo a vários personagens em localizações distantes. Sem esquecer, claro, que diferentes personagens encaram as situações de formas distintas, e também isso é visível ao longo da narrativa.»
João Carvalho: «Ao fim de oito anos, vá lá, é justo permitir que um homem isaltine de vez, sem continuar ainda sujeito à instabilidade de ser posto dentro e voltar a sair. Alimentar tamanha intranquilidade num homem que anda há oito anos a dizer que está de consciência tranquila só prova como é difícil isaltinar em Portugal.»
Luís Menezes Leitão: «Quando o acordo ortográfico foi assinado, estava previsto que só deveria entrar em vigor quando fosse ratificado por todos os Estados de língua oficial portuguesa. Quando se percebeu que isso não iria acontecer, decidiram os Estados que o ratificaram passar a aplicá-lo após três ratificações: as de Portugal, do Brasil e de Cabo Verde. Em consequência os outros países que falam português continuarão a escrever à moda antiga e a ortografia da língua portuguesa variará totalmente de país para país. Era difícil conceber disparate maior, que conseguisse causar mais dano ao papel da língua portuguesa no mundo.»
Rui Rocha: «A forma como os portugueses conduzem em rotundas é a prova evidente de que alguns problemas do país são insolúveis. E não é por falta de oportunidades. O que mais há por aí são rotundas para podermos treinar.»