DELITO há dez anos
Ana Sofia Couto: «Veja-se o caso da autonomia das escolas para contratar professores. Há algum tempo, o tema era incluído nas críticas à acção tentacular do ME [Ministério da Educação]. Hoje, depois de terem sido notícia os critérios de selecção demasiado específicos adoptados por algumas escolas, percebe-se que a autonomia pode significar opacidade. Parece que precisamos sempre de uma forma de regulação, de uma autonomia controlada.»
João Carvalho: «Parece que ele está um bocado perdido: qualquer documento exaustivo sobre anos de despesas só confirma o despesismo que se sabe. Mais ainda se tivermos em conta a reduzida população da Madeira e a diferença monstruosa da dívida per capita dos cidadãos nacionais e dos madeirenses.»
Laura Ramos: «Há muito tempo que os casos de enriquecimento ilícito dos políticos deviam estar qualificadamente criminalizados. Pena é que se fique pelos titulares de cargos políticos ou de altos cargos públicos.»
Rui Rocha: «O que é fundamental perceber é quantos estádios de futebol, quantas parcerias público-privadas, quantas auto-estradas, quantas rotundas, quantos parques-escolares, quantos filhos bastardos dos auto-proclamados pais da democracia e do serviço nacional de saúde foram precisos para chegar até aqui. Quantas vezes o nome do estado social foi invocado para dar cobertura a quantos se sentaram à mesa do Estado sem nunca terem intenção de pagar a conta. São perguntas para as quais não é difícil adivinhar a resposta. Mas, a verdade inteira o BES é que sabe.»