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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 08.09.21

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Cláudia Köver: «Actualmente o estado regula os ciclos menstruais de todos os portugueses - as dores de barriga, as irritações, os afrontamentos e as menopausas - quer seja de forma comparticipada, quer não.»

 

Ivone Mendes da Silva: «Há tempos, quando estava na biblioteca com alunos, uma das miúdas abriu ao acaso a Aparição, no trecho em que Sofia, durante a explicação de Latim, lê uns versos da livro 4 da Eneida: Ana soror, quae me suspensam insomnia terrent/ Quis nouus hic  nostris sucessit sedibus hospes e, depois, de intentar uma tradução, beija o incauto Alberto Soares. A minha aluna comentou: “Ah, isto de aprender latim deve ser giro.” Lidas aquelas linhas, na cabeça dela, o latim passou a ser uma coisa de palavras desconhecidas e explicadores dúcteis.»

 

João Campos: «Criemos mais impostos parvos, mas rentáveis. O Bastonário da Ordem dos Médicos já deu o mote, com a ideia de taxar a fast food (voltarei a este tema). A minha humilde sugestão: taxar todas as pessoas que em transportes públicos ou qualquer outro espaço partilhado com desconhecidos se recusem a usar auscultadores nos seus telemóveis ou leitores de mp3, obrigando toda a gente que está à sua volta a ouvir a sua música (normalmente terrível, mas não é esse o ponto).»

 

João Carvalho: «Com imenso tempo de atraso e uma despesona de custos e mordomias às costas, «o Governo aprovou, em definitivo, a extinção dos governos civis», pondo assim fim a uma das maiores aberrações administrativas da nossa tristíssima realidade, a qual só serviu para cobrir uma parte do compadrio político que passou a dominar este país. Sócrates encarregou-se de demonstrar isso mesmo a seguir às autárquicas, quando ofereceu escandalosamente vários lugares de governadores civis aos candidatos socialistas que não tinham ganho autarquias por rejeição dos eleitores.»

 

José António Abreu: «Ou a prova de que é possível uma canção incluir versos como "sadness is my luxury" e "I was born to die alone" e levantar o ânimo de quem a ouve

 

Leonor Barros: «Começo a ter medo de viver neste país e isto porque tudo mas tudo, rigorosamente tudo, se não foi taxado com impostos, sobretaxas e tributos solidários, poderá vir a sê-lo e tudo o que se tinha como garantido pertence ao passado.»

 

Luís M. Jorge: «O horror, a tragédia, a malandragem. No Jornal de Negócios dá-se hoje voz à angústia sem fim que devasta o sector do calçado. Os empresários do ramo precisam de mais 1500 pessoas, mas não há em Portugal 1500 pessoas que queiram trabalhar. Entre gritos lancinantes de impotência e desânimo, os nossos criadores de empregos confessam que já tentaram tudo, excepto aumentar salários — porque os salários baixos, evidentemente, não explicam a situação

 

Luís Menezes Leitão: «Quero agradecer à equipa do DELITO DE OPINIÃO o honroso convite para participar no seu delictum collectivum. Sempre admirei os que têm coragem de se rebelar contra o pensamento único e praticar delitos de opinião. É graças aos autores de delitos de opinião que é possível derrubar regimes ditatoriais e totalitários. Naturalmente que assumo a exclusiva responsabilidade pelos delitos de opinião que vier a praticar no DELITO. Ubi non est culpa, ibi non est delictum

 

Rui Rocha: «Dedico algum tempo a escrever no DELITO. Há quem se questione sobre o interesse de uma actividade gratuita como esta. Respondo que é uma forma muito mais agradável de entretenimento do que passar quatro ou cinco horas em frente à televisão a assistir a programas de má qualidade. Isso sim é uma actividade perfeitamente gratuita. À leitura de jornais em papel voltaria se algum dia se reencontrassem com a sua missão mais nobre: a de contar histórias. Até lá, assim estou. Praticamente sem televisão e sem jornais. Eu sei que é estranho, mas não tenham pena de mim. Sinto-me muito bem assim.»

 

Teresa Ribeiro: «Não por acaso, o Movimento Verde Alfacinha decorre durante a Semana da Mobilidade. Quem ainda não se estreou a andar por Lisboa no meio de transporte mais fashion do momento, pode começar já a passar o anti-ferrugem pelas rodinhas da sua bike e aderir ao espírito, porque dia 18 vai haver no Jardim Amália Rodrigues (no topo do Parque Eduardo VII) uma concentração de bicicletas, seguida de um passeio de 16 km pelas ciclovias e ruas da cidade.»

 

Eu: «Não há partido mais plural do que o PSD. Consegue ser governo e liderar a oposição ao mesmo tempo.»

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