DELITO há dez anos
Ana Cláudia Vicente: «Mais conhecido pelo seu trabalho como politólogo, o autor [Luía Salgado de Matos] mostra aqui, com a franqueza e espírito habituais, uma faceta menos óbvia do seu percurso profissional e político.»
Ana Lima: «Quando passeamos por aí, sem grandes definições de destinos ou percursos, somos surpreendidos por determinados sítios ou monumentos que, à partida, desconhecíamos ou nunca tínhamos visitado. O estado em que se encontra o nosso património também nos surpreende, umas vezes positivamente, outras negativamente. Claro que o que para mim constitui uma surpresa não o será para outros. Mesmo assim, vou por aqui deixar, de vez em quando, umas pistas. Não farei grandes descrições. Só algumas impressões que esses locais me suscitaram.»
José António Abreu: «É importante procurar que toda a gente tenha um mínimo que lhe permita viver com dignidade (o que provavelmente não incluirá iPhones) e, acima de tudo, que tenha oportunidades de melhoria das suas condições de vida (através de acesso a estudos e de uma economia que cresça) mas a ameaça de violência não pode levar-nos a pagar chantagens, até porque ao fazê-lo estaríamos a abrir a porta a consequências económicas e sociais no mínimo tão assustadoras como as que estes jovens, sejam meros ladrões ou utópicos revolucionários, podem despoletar.»
Leonor Barros: «Malas, carteiras, máquinas fotográficas e telemóveis extirpados dos visitantes e eis que me vou aproximando do lado de dentro dos muros do Kremlin, lá onde via desfilar as paradas a preto e branco encimadas por Brejnev e outros camaradas. A memória colectiva de que sou feita. Instantâneos da História. O mausoléu é um monstro de basalto negro no interior e que tem a capacidade de nos fazer sentir pequenos, mínimos, assim que descemos as escadas. E ei-lo. Iluminado no centro da sala, o boneco de cera mais famoso do mundo: Vladimir Ilitch Lenin. Alguém achará que ali ainda está o homem?»
Rui Rocha: «Portugal tem uma marca distintiva, um aspecto em que é imbatível. Refiro-me à gastronomia. Rica, diversificada, apurada. Entradas, sopas, peixes, carnes, sobremesas. Uma profusão de sabores, cores e paladares. Ao dispor de quem nos visita em qualquer canto e esquina, mesmo (ou sobretudo) nos locais menos pretensiosos. Não conheço ainda meio mundo. Mas, por onde tenho passado, nunca encontrei nada assim.»
Eu: «A comprovada violação do sigilo das comunicações escritas e telefónicas à margem da lei pelos serviços de informações, no Verão de 2010, foi um dos factos mais graves registados em Portugal nos últimos anos. Viola vários direitos constitucionais, compromete irremediavelmente a relação de um jornalista com as suas fontes e constitui um atentado inadmissível à liberdade de informação.»