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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 30.08.21

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Ana Cláudia Vicente: «Entre os diferentes ofícios, um se destaca pela inclinação para bem vestir sem grandes formalismos: o dos arquitectos. Que é raro vê-los engravatados, lá isso é, mas que são estetas, lá isso são - por natureza ou formação. Desleixados não.»

 

José António Abreu: «Susannah York, Sarah Miles, Susan George, Julie Christie, Charlotte Rampling, Jenny Agutter, Jane Birkin, Dominique Sanda,  Sandrinne Bonnaire, Nathalie Baye, Isabelle Huppert, Carole Bouquet, Valérie Kaprisky, Victoria Abril, Maria Schneider, Hanna Schygulla, Barbara Sukowa, Carole Laure, Geneviève Bujold, Liv Ullmann, Monica Vitti, Ornella Muti... Isso sim, era serviço público.»

 

Ivone Mendes da Silva: «A nossa relação com os álvaros e os doutores cria as mais curiosas situações. Lembro-me de um professor universitário brasileiro que, quando esteve em Portugal a leccionar um seminário, me disse: "Sabe, eu cheguei procurando não enrolar o meu pé no tapete das etiquetas."»

 

Laura Ramos: «Nada como uma pausa num monte alentejano para nos devolver a dimensão do tempo. Nem tão imóvel quanto agora. Nem tão urgente quanto aquele que nos aguarda. Esta quietude não é deste mundo. O mundo da pam-politização. Das convulsões. Dos impasses da moeda. Da geo-estratégia. Das culturas decadentes e das economias emergentes. Da insegurança. Do medo do futuro. Do pânico da perda.»

 

Rui Rocha: «Este pulha publicou esta foto, em que aparece com uma arma na mão e uma criança a seus pés, como se fosse um troféu de caça,  na sua página do Facebook. Gosta de chamar-se a si próprio Eugene Terrorblanche. Tinha 588 amigos na rede social. Desde que o escândalo rebentou na África do Sul, 25 desamigaram-se. Os outros continuam, impávidos e serenos. Reconheço que sou profundamente racista. Contra cabrões como este.»

 

Eu«Dois meses depois, não há reformas, dizem eles - os que nunca reformaram nada ou estiveram sempre na primeira linha do combate a todas as reformas no aparelho de estado. Dois meses depois, não há cortes na despesa, dizem eles - os que sempre contribuiram para avolumar a despesa.»

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