Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 20.04.21

21523202_SMAuI.jpeg

 

Ana Margarida Craveiro: «Em plena Semana Santa, há uma exposição de um crucifixo mergulhado em urina. A suposta obra de arte é destruída, e são estes últimos que são considerados os fundamentalistas e alucinados. Aqui há tempos, maluquinhas em topless invadiram uma missa numa capela universitária em Madrid, mas pelos vistos a prisão dessas mesmas maluquinhas é que é um acto fundamentalista. O respeito e a tolerância costumavam ser valores importantes. Pelos vistos, na Europa de hoje estão submersos em relativismo, como o tal crucifixo. E, provavelmente, terão o mesmo cheiro.»

 

André Couto: «O Real Madrid não ganhava nada há dois anos e a Taça do Rei há dezoito... Entretanto chegaram Mourinho e Ronaldo.»

 

Bandeira: «“Pode tirar-me tudo menos o Direito à Indignação”, indignava-se um Homem Indignado. “Não posso tirar-lho, mas posso taxá-lo”, respondeu o Governante Insensível. E quanto mais o Homem Indignado com isto se indignava, mais o Governante Insensível, com a ajuda de um Indignómetro, via o lado da receita subir.»

 

João Carvalho: «O passado é o menos. A Madame Brouillard daria agora um jeitaço para nos contar uns segredinhos sobre a Europa e sobre o nosso futuro com e sem o FMI.»

 

Rui Rocha: «Alguns movimentos e grupos, entre os quais o M12M (Geração à Rasca) decidiram promover uma iniciativa legislativa que tem como objectivo combater a precariedade. A iniciativa, com 5 (cinco) artigos, propõe-se alterar o actual estado de coisas em áreas como os recibos verdes, os contratos a termo e o trabalho temporário. Não aprofundarei a avaliação de aspectos jurídicos, mas sempre direi que a técnica legislativa me parece muito alinhada com o contexto da iniciativa. Na verdade, afigura-se precária.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Organizadas pela Câmara Municipal de Cascais, Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais e DNA Cascais, as Conferências do Estoril voltarão a ter lugar a partir do dia 4 de Maio. Subordinadas ao tema "Desafios Globais, Respostas Locais", uma vez mais reúnem um grupo de pessoas do mais alto nível, com especial predominância académica. (...) Quem puder ir que vá. Pese embora um certo pendor neoliberal, seguramente que será interessante ouvir nomes como Jing Huang, Carlos Lopes, Larry King, David Held, Charles Kupchan, Soromenho Marques, Dominique de Villepin, Elbaradei ou Francis Fukuyama.»

 

Sérgio Lavos: «Acredito piamente no esforço, na dedicação, no suor dos nossos governantes. Que esse esforço seja quase sempre mal direccionado, muitas vezes mal-intencionado e amiúde certamente criminoso, pormenores da história. A culpa será sempre nossa; a democracia é tão tramada como o regime psicanalítico da moral judaico-cristã. O pecado original do português é não se importar em ser mal governado. Sentimos culpa por termos um pouco mais que os nossos pais, e sabemos que, no fundo, não o merecemos. É bem feito que uns senhores chegados de avião no meio do nevoeiro que cobre o país nos venham tirar o que fomos acumulando. Resgatar-nos do nosso mediano comodismo. É a maldita culpa.»

 

Eu: «Como é que alguém que jurou nunca governar com o FMI pode agora governar com o FMI?»

2 comentários

Comentar post