Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 07.04.21

21523202_SMAuI.jpeg

 

Ana Vidal: «Há uma rosa no solitário da janela, champagne nos copos, Verdi no ar. O relógio parou. Eu leio-te o desejo nos olhos, tu lês-me Borges depois do amor. O lugar, que importa? Pode ser uma mansarda em Montmartre, uma villa em Scirmione, uma caverna em Matmata, uma cabine no Expresso do Oriente, uma cubata no Quénia ou um mosteiro suspenso nos Himalaias. Ou pode ser simplesmente o nosso quarto, com o mundo  inteiro aos pés. O lugar somos nós, onde quer que estejamos.»

 

António Balbino Caldeira: «Para resolver o desajustamento entre a oferta de trabalho (dos candidatos) e a procura de trabalho (dos empregadores) é mais viável agir sobre a oferta dos candidatos do que sonhar com a solução paternalista utópica do Estado que garantiria emprego para todos. Enquanto a realidade não vence a ideologia, que, por causa da utopia da igualdade, se concentra na taxação dos rendimentos do trabalho e impõe uma fiscalidade proibitiva do desenvolvimento, em vez de se virar para a taxação do consumo e para formas mais eficientes de taxação da riqueza, defrontar-nos-emos com um impasse na contratação de trabalhadores.»

 

João Campos: «A Moody's cortou o rating da CP (entre outras) para "lixo". De ratings pouco ou nada percebo; mas para mim, que desde finais de Fevereiro não consigo ir de comboio à terra devido às sucessivas greves dos maquinistas às sextas-feiras, os rantings da CP há muito tempo que são lixo.»

 

João Carvalho: «Para tentar resolvê-la, só há uma maneira de enfrentar a crise financeira, económica e social: deixar de fingir que ela não começou por ser a crise de valores que realmente é. De outro modo, este circo não será desmontado. Poderá até tornar-se triste e pobre, muito mais triste e muito mais pobre, mas isso é a característica infeliz de muitos circos — que continuam a chamar-se circos mesmo sem o merecer.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Só há duas maneiras de enfrentar a actual crise política, social e económica que se abateu sobre o País sem pirar de vez: ou com humor, vendo o circo, ou lendo qualquer coisa de útil e que nos possa servir no futuro. Mas definitivamente sem continuar a ouvir José Sócrates, Teixeira dos Santos, Passos Coelho, Portas, Louçã ou o PR. E ainda menos os banqueiros e os comentadores encartados.»

 

Teresa Ribeiro: «Confiantes no seu poder de sedução, os todo-o-terreno foram os primeiros a avançar para a pista, com umas anedotas novas e a descontracção habitual. A seguir vieram as meninas arrivistas, vestidas de majorettes, com novo sotaque e novo par. Os jovens promissores, ainda sem passado, limitaram-se a desfilar sob as luzes intensas. Ofegantes, os sobreviventes chegaram pouco depois, aos cardumes, agarrados às boias das pessoas certas, enquanto os directores cessantes tocavam violino na esperança de espantar os peixinhos que já lhes mordiam as canelas. Os barões, como estão sempre assinalados, só tiveram de ocupar os seus lugares de sempre e ficar a ver o cortejo que fechava com uma conhecida trupe de contorcionistas, constituída por empresários, consultores e especialistas, mas também composta por gente anónima.»

4 comentários

Comentar post