DELITO há dez anos
João Carvalho: «Hugo Chávez apresentou ontem uma proposta de mediação de paz para a Líbia e continua em contacto telefónico com Muammar Kadhafi, no mesmo dia em que este usou a sua aviação militar contra os revoltosos na cidade de Brega. Enquanto Kadhafi demonstra pela força o apreço que tem pelo "seu" povo, talvez fosse melhor Chávez não gastar os parcos neurónios em falinhas mansas com o tirano líbio e ir assistir ao desenrolar dos acontecimentos in loco para ver se apanha a ideia. Que tal mandá-lo abaixo de Brega?»
Paulo de Morais: «Discordo da ideia de que o custo duma urgência hospitalar, uma taxa de justiça ou as propinas duma escola pública devem ser pagas em função do rendimento de cada um. Não é de todo aceitável esta nova moda de diferenciar o pagamento de serviços públicos em função de questões de natureza socioeconómica. Não vou por aí. Levada ao extremo esta fantasia, o preço de estacionamento num parcómetro deveria ser mais caro para um BMW do que para um Fiat. E, já agora, o preço dos bilhetes que os espectadores pagariam num teatro nacional também deveriam depender da sua declaração de IRS. O pagamento de uma contrapartida por um serviço público deve ser excepção. E, a acontecer, deve ser igual para todos.»
Sérgio de Almeida Correia: «Está plasmada em meia dúzia de palavras simples, directas e frontais. Acima de tudo evidentes. E outra coisa não seria de esperar de Marina Costa Lobo, tanto mais que as suas ideias não correm o risco de ser apelidadas de "socratistas" ou "bloquistas". Por muito que não se goste da criatura, eu incluido, há coisas que não passam despercebidas a quem tem responsabilidades. Com excepção de Passos Coelho e seus acólitos, está claro, para quem a establilidade só é boa enquanto lhes servir, isto é, enquanto lhes permitir crescer eleitoralmente e obter dividendos.»
Eu: «Imaginem o cenário equacionado por Pacheco [Pereira] na versão Março mesclada com a versão Novembro: os portugueses desgovernados mais dois anos e meio por esse "grande factor de perturbação nacional" que é Sócrates, alguém cuja "legitimidade eleitoral está muito diminuída" e que "está a fazer muito mal ao País". Teríamos, portanto, de aguentar este primeiro-ministro até Setembro de 2013. Com Pacheco, esse louvável exemplo de "consistência", a fazer de treinador de bancada na última fila do Parlamento.»