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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 22.01.21

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Bandeira: «Certeza: uma dúvida sem saída.»

 

Fernando Sousa: «Depois de um dia sem se saber dele, o antigo ditador Jean-Claude Duvalier, que há quase uma semana voltou ao Haiti depois de 25 anos de exílio, reapareceu numa conferência de imprensa para pedir a "reconciliação nacional" num país que ainda não sabe como sair das presidenciais de Novembro. Acho que na segunda-feira podíamos convidá-lo a vir cá. Bom... é só uma ideia...»

 

João Carvalho: «A crise acabou. É natural que as medidas de austeridade tenham sido revogadas. Os portugueses têm dinheiro a mais. É natural que vão para a porta do primeiro-ministro entregar-lhe umas boas sobras e que a pedagogia policial lhes mostre como se investe.»

 

João Teago Figueiredo: «A rapariga usa batom vermelho como forma de atrair o rapaz. A rapariga está interessada no rapaz e jantará com ele logo que ele queira. O rapaz diz aos amigos da faculdade que não gosta de raparigas com batom vermelho. Diz que é uma marca das raparigas vulgares. De quatro em quatro anos convida-a para jantar.»

 

Eu: «Surgidos em 1962, os Contos Exemplares foram um poderoso murro no estômago já crepuscular do salazarismo, esse «tempo de silêncio e de mordaça» que Sophia denunciou em verso no seu assombroso Livro Sexto, contemporâneo desta poesia em prosa na qual o então exilado bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, num notável prefácio, detecta justamente uma matriz «cristã e mesmo quase litúrgica», à revelia da «literatura que se quer situar fora da moral e dos valores». Literatura moral, pois. Nem outra coisa seria de esperar desta católica que jamais renegou as suas obrigações de cidadania, antes e depois do 25 de Abril.»