DELITO há dez anos
Ana Cristina Leonardo: «Há quem chame educadamente xico-espertice a esta estratégia de avançar de goela e peito abertos para a vítima invertendo os papéis: o facto é que resulta. Nos dias que correm, em que o pragmatismo é tudo e o que conta são os “resultados por objectivos”, creio tratar-se, aliás, de uma estratégia em ascensão. O modelo é largamente utilizado pelos políticos, e não apenas portugueses (Sarkozy e Berlusconi também seriam bons exemplos). Por cá, Sócrates e seus acólitos têm contribuído com fibra para a sua implementação no continente (a Madeira daria pano para outro post).»
Ana Vidal: «Capri é, para mim, um dos mais deliciosos locais do mundo. A ilha vê-se num instante mas apetece ficar lá para sempre, como fez o médico-escritor-humanista-arquitecto-filantropo Axel Munthe, um sueco irremediavelmente rendido à sua magia em meados do século passado. Foi ele, com o seu encantatório "Livro de San Michele" - que povoou de sonhos perfumados de limão uma boa parte da minha adolescência - o principal responsável por esta eterna romaria, que cumpro com gosto quase sempre que vou a Itália.»
Eu: «Andam agora por aí uns teóricos que nunca escreveram uma notícia na vida mas brandem a toda a hora o Estatuto do Jornalista e o código deontológico da profissão, de ares muito sapientes, com o objectivo de espadeirar contra os jornalistas. Sempre em defesa do poder em geral, do Governo em particular e do primeiro-ministro mais especificamente. Essa diligente rapaziada omite o essencial: o primeiro dever de um jornalista é informar. Sem o cumprimento deste dever todos os outros se tornam irrelevantes.»