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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 10.08.20

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João Campos: «Nestas matérias de leituras e livros, incomoda-me muito mais o preço absurdo que os livros têm, faltando a possibilidade de escolha entre hardcovers e edições mais elaboradas (e caras), e as mais modestas e práticas edições paperback, ou de bolso. E, claro, incomoda-me também a contínua "marginalização" (passe a expressão) de alguns géneros literários, que no nosso pequeno mundo literário contam muito pouco - ou nada.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Em jeito de despedida, esta canção de Ildo Lobo, tendo ainda na memória, ao longo destes breves apontamentos de viagem, a recordação de Eduardo Prado Coelho, com quem tanto aprendi na simples leitura das suas crónicas no Público. Muito em particular sobre as várias dimensões da lusofonia. Só Deus sabe a falta que elas me fazem quando se trata de olhar para o futuro.»

 

Eu: «Sabia-o muito doente. Era, aliás, impossível não saber: as publicações mais vampirescas da nossa praça iam dando nota, em parangonas sem qualquer resquício de pudor, da “evolução do cancro” deste actor [António Feio] que tanto fez rir os portugueses sem recorrer à ordinarice nem ao trocadilho fácil. Há pouco mais de um mês vi-o ser entrevistado pela Fátima Lopes na televisão: bastou ver o seu rosto, ouvir a sua fala já arrastada e algo hesitante, reparar naquele olhar que parecia já despojado da centelha da vida para se perceber cruamente que o fim estava próximo. Chegou agora, mais cedo do que muitos esperavam – a morte chega sempre cedo de mais. Os vampiros com carteira profissional de jornalista têm de procurar novos alvos: certamente não lhes faltarão motivos para novas capas que reduzam a estilhaços o direito à privacidade, garantido pela Constituição da República Portuguesa mas diariamente violado com total impunidade.»