DELITO há dez anos
João Carvalho: «Não deve dizer-se que o bispo do Porto foi perseguido e exilado de facto e menos ainda que isso ocorreu em 1958/59. Na verdade, o plano foi mais bem urdido: esperaram que ele fosse ao estrangeiro e criaram uma teia artificial de dificuldades administrativas na fronteira para impedir a sua reentrada em Portugal. O afastamento do bispo durou uma década, mas foi em vão que o Estado Novo pressionou a Igreja para que o substituísse na diocese do Porto.»
José Gomes André: «"A verdade vem sempre ao de cima", diz-nos Sócrates. Certamente... Basta aliás estar atento às notícias da sucessiva incapacidade da justiça para punir criminosos reconhecidos como Valentim Loureiro, Pinto da Costa ou Isaltino Morais, entre outros. Significa isto que Sócrates é culpado de um acto ilícito? Não. Tal como não significa que é inocente de qualquer acto ilícito apenas porque o Ministério Público foi incapaz de apresentar prova ou porque o tribunal assim o determinou.»
Luís M. Jorge: «O Galambinha tem razão: aquele assunto do Freeport está completamente esclarecido.»
Eu: «Não sei a que textos em concreto alude João Galamba, por interposto militante socialista da Amadora, para sustentar em abstracto que este blogue devia pedir desculpa ao primeiro-ministro. Será este, em que sublinho a presunção de inocência de José Sócrates enquanto aproveito para lembrar aos mais esquecidos que o actual chefe do Governo ascendeu a secretário-geral do PS na sequência de acusações não comprovadas contra o antecessor, Eduardo Ferro Rodrigues, numa clara demonstração de que a política tem horror ao vácuo? Será este, em que refiro a necessidade de explicações do primeiro-ministro, reafirmando a sua presunção de inocência?»