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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 11.07.20

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João Carvalho: «Se um jantar em Fevereiro tem mais importância do que o processo europeu, é mau. Se Sócrates parece não querer saber (erro gravíssimo) dos gregos e do que aquele cenário seria para Portugal, é péssimo. Se o primeiro-ministro se porta como se gregos fôssemos nós, é um desplante.»

 

Leonor Barros: «Com os políticos que temos prefiro acreditar em polvos e com as presidenciais quase à porta há que precaver o futuro. Assim que tiver novidades sobre os desígnios deste país darei novas. O pior que pode acontecer é convidar-vos para um opíparo arroz de polvo.»

 

Paulo Gorjão: «Defender a Grécia, independentemente do caso específico e das responsabilidades próprias, é também um acto em causa própria. Aquilo que acontecer à Grécia terá repercussões não só para a própria, mas também para terceiros. Por isso, é absolutamente vital garantir que a Grécia não abandonará o euro. Há precedentes que não são uma opção aceitável. A não ser que se queira desde já reconhecer a falência do projecto europeu.»

 

Eu: «É nestas alturas que certos profissionais da indignação se tornam mais eloquentes. Pelo silêncio. Ao assobiarem para o ar e fingirem que não reparam na barbárie instalada pela “revolução islâmica” de Teerão, três décadas após Khomeini ter ali tomado o poder com o aplauso de muitos bem-pensantes da Europa. O filósofo Michel Foucault, num arrebatamento beato, chegou a chamar-lhe “santo”. O Partido Socialista Francês, em 1979, declarou tratar-se de “um movimento popular de excepcional dimensão na história contemporânea”. O regime teocrático iraniano afinal fez mergulhar o país nas trevas pré-medievais, legalizando práticas aberrantes como a lapidação. Foucault e outros, por ignorância ou estupidez, estavam enganados. Mas os piores são os outros. Os que sabem e calam.»