DELITO há dez anos
Ana Margarida Craveiro: «Nós não somos um país. Somos uma coisa com muitos nomes, onde cabem extremos e mundos que nunca se tocam. Onde muita coisa correu mal, para chegarmos a este ponto.»
João Carvalho: «Prometemos continuar com afinco este combate contra os tratos de polé de que sofre a nossa língua e contra o mau gosto e infracultura que grassam, dispostos a tentar alargar os bons resultados a outros meios de comunicação.»
Luís M. Jorge: «José António Saraiva foi convocado para um tête-à-tête na cave do Centro de Reinserção Social da Cartuxa em companhia de uma pessoa idónea, de preferência adulta. A coordenadora da equipa queria saber o que pensava ele do segredo de justiça, da violação desse segredo, da relação entre os jornalistas e as suas fontes e dos limites da liberdade de imprensa, entre outros assuntos cabeludos.»
Eu: «Imaginem, por momentos, o que sairia da pena vigilante e contundente de Mário Soares se o presidente dos Estados Unidos ainda se chamasse Bush ou se o envio de magalas para Cabul se devesse ao dedo do pernicioso Dick Cheney. Nada que se parecesse com a meiga reprimenda a Obama: pelo contrário, seria algo digno de fazer estremecer paredes e calçadas.»