DELITO há dez anos
João Carvalho: «Está agora explicada a estranha ausência da campanha eleitoral do ainda ministro da Justiça. Alberto Costa reapareceu hoje no papel institucional a fazer uma declaração que há-de calar fundo em muita gente: acabaram os vasos sanitários nas prisões. Não só todos os presos passam a ter acesso a instalações sanitárias, como está finalmente atingido aquele que constituía um objectivo do governo.»
Luís M. Jorge: «Não faça caso, minha senhora: o país aguarda-a com antecipação. Venha para a política. Forme um novo partido. Honesta como é, não ganhará dinheiro – mas vai conhecer Lisboa, comer pãozinho de forma com oito cereais, e se calhar, quem sabe, ainda conquista uma maioria estável para governar o mistifório durante quatro anos e outros tantos meses. Deus queira.»
Paulo Gorjão: «Depois de tanta crítica que foi feita na última legislatura ao programa Magalhães, eis que na primeira oportunidade o PSD, por intermédio de Pedro Duarte, promete dar-lhe continuidade. O Magalhães é para continuar, o que é suposto alterar é o modelo de financiamento, diz Pedro Duarte. José Pacheco Pereira queria rasgar o programa, mas no PSD por estes dias ninguém lhe dá ouvidos. Ele, por sua vez, come e cala. Mais um sapo....»
Sérgio de Almeida Correia: «As músicas das campanhas, de cada vez que há eleições, também são um reflexo do espírito, da modernidade, da tradição ou do conservadorismo de um partido. Parecendo que não elas dizem muito mais do que aquilo que se possa imaginar e são representativas do espírito que enforma as suas lideranças. O caso da CDU é de todos o mais grave. Os anos passam e a sanfona ("A Carvalhesa", assim se chama a música) é sempre a mesma. Ali não há mudança, não há um som ou ritmo novo, não há um laivo de criatividade.»
Eu: «O Bloco vai crescer substancialmente nestas legislativas.»