DELITO há dez anos
João Carvalho: «Nos quase mil quilómetros da costa continental, os atentados são escandalosos e agrupam-se maioritariamente em dois planos: barracas, habitações precárias e casas modestas construídas sem autorização e que não dispõem das infraestruturas mínimas indispensáveis de salubridade e quejandas (clandestinas, portanto); construções familiares de veraneio ou de exploração turística erguidas com autorização suspeita por conveniências inconfessáveis (de clandestinidade encoberta por despachos irregulares, portanto).»
Jorge Assunção: «O governo, através da TAP, cede à pressão dos sindicatos. Nem tão cedo aparecerá um privado interessado na empresa. Nem tão cedo a empresa deixará de apresentar prejuízo. Para um privado o prejuízo constante não é opção. Em empresas controladas pelo Estado é. Todos sabemos quem é que paga. Para o contribuinte não há quem o salve. Neste país, o direito à greve, legítimo e justo, está totalmente desvirtuado, aproveitando sobretudo a quem procura extrair rendas junto do contribuinte.»
Eu: «O director do Chicago Examiner, Walter Burns, pede ao mais conceituado dos seus repórteres para lhe ler o parágrafo de abertura da prosa que tem na máquina de escrever. Não gosta nada do que ouve, preguntando-lhe por determinado pormenor. “Isso vem no segundo parágrafo”, esclarece o repórter. “E quem diabo vai ler o segundo parágrafo?”, dispara o director.»