DELITO há dez anos
André Couto: «Ao longo da governação, o PS, por força da concretização das reformas que a Justiça há muito reclamava, conquistou inimigos, factura da ousadia de querer mais e melhor para o país sem olhar a interesses ou ceder a pressões. Já o PSD, pela mão dos seus sucessivos líderes, em desnorte estrutural, seguiu pelo terreno fácil do populismo sem rumo, apoiando todos os que discordam do Governo.»
Jorge Assunção: «O número de desempregados tem crescido quase sem descanso desde o início da década. Quantos desses desempregados vieram do sector público? A grande maioria vem do sector privado. Portanto, quando alguns se referem aos funcionários públicos como "os mesmo de sempre" no que toca a pagar a crise, revelam, no mínimo, desconhecimento. Porque não há quem sofra mais na pele a crise do que aquele que está desempregado. Esse (a) coitado (a) é que é o (a) mesmo (a) de sempre.»
Eu: «Sá Carneiro era certamente leitor de Maquiavel. Mas sou incapaz de imaginá-lo a recomendar a um grupo de jovens estreantes nas lides partidárias o autor renascentista como caução intelectual para a separação entre ética e política. Sabendo-se que este é um dos problemas de fundo da vida política portuguesa, mais me custa ainda perceber as vias sinuosas subjacentes ao discurso de Paulo Rangel. Uma tremenda desilusão.»