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Delito de Opinião

DELITO há dez anos

Pedro Correia, 13.06.19

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Paulo Gorjão: «Manter ao longo da vida uma linha de coerência no confronto com a circunstância não é fácil. António Barreto, na sua recente reflexão de 10 de Junho, quando abordou e nos exortou a ser (e a seguir) exemplo(s), no fundo estava (também) a reflectir sobre os portugueses e a sua circunstância. Maldita circunstância que nos oprime e nos derrota. Os exemplos servem também para isso, i.e. para nos mostrar que é possível escolher um outro caminho, apesar da -- ou graças à -- circunstância. Para nos mostrar que existe uma alternativa. Ninguém nos promete um caminho de facilidade, mas sim de liberdade, de escolha e, porventura, de realização pessoal.»

 

Teresa Ribeiro: «Há dias fui à Costa. Já não ia lá desde o Verão passado. Subi a Rua dos Pescadores em direcção à praia, como de costume, e alunei em estado de choque numa espécie de unidade fabril. Da minha praia, nem sinais. O fantástico Pólis, a que Sócrates - famoso pelas obras de engenharia que tem assinado - deu orgulhosamente luz verde quando ainda era ministro do Ambiente, acabou com a praia da Caparica.»

 

Eu: «José Sócrates rasgou promessas eleitorais, como a do referendo europeu e a da garantia de que não subiria os impostos. Transformou cada sessão parlamentar, mês após mês, num ajuste de contas com os seus antecessores no Governo. Elaborou, em Setembro de 2008, o orçamento para este ano sem fazer a mínima ideia da profundidade da crise económica. Cometeu o erro supremo de hostilizar o Presidente da República em questões como o estatuto dos Açores. Confundiu o acto de governar com acções de propaganda em sessões contínuas. Permaneceu indiferente aos sinais de profundo desagrado que lhe chegavam dos mais diversos sectores da sociedade portuguesa. Esqueceu-se, enfim, que a política é a arte do possível. Tudo devido à maioria absoluta de que dispôs no Parlamento. Não a repetirá