DELITO há cinco anos

João Campos: «Nos últimos dois anos desloquei-me mais vezes a salas de cinema para ver reposições de filmes antigos (clássicos, se quisermos) do que para ver estreias. Acompanhei algumas, é certo, mas tenho frequentado menos as grandes salas dos centros comerciais (as grandes salas independentes desapareceram) e mais os circuitos alternativos da Cinemateca, do Nimas e de algumas iniciativas independentes como o Cinepop.»
Paulo Sousa: «O governo está a preparar a criação de 600 novas freguesias. Da última vez que o pais foi à falência, os senhores que foram chamados para nos governar, decidiram exactamente o contrário. Segundo a Pordata em 2012 existiam 4260 freguesias e esse número foi reduzido para 3092. Verificou-se portanto uma redução de 1168. Não sei quanto dos impostos que os nossos netos terão de pagar se poupou com esta redução, mas foi certamente bastante dinheiro. A confirmar-se, esta medida vai permitir o Estado (as Juntas de Freguesias são a menor divisão administrativa deste) consumir mais uns largos milhões de euros por ano. Esta reforma não faz por isso sentido, especialmente neste momento de tão grave crise financeira.»
Eu: «Nos primeiros 64 anos de regime republicano os portugueses, em geral, foram tão impedidos de exercer o voto como durante a monarquia constitucional. O rotativismo monárquico assentava no voto masculino censitário, atribuído apenas a detentores de certos rendimentos. Isto prolongou-se, no essencial, pela década e meia inicial de regime republicano - com o direito de voto restringido a homens alfabetizados com mais de 21 anos e contribuintes líquidos, o que deixava de fora cerca de 80% dos potenciais eleitores.»

