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Delito de Opinião

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 16.06.25

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Luís Naves: «A pandemia podia ter destruído preconceitos sobre aquelas profissões invisíveis que antes nem eram consideradas, mas que se revelaram cruciais para a sobrevivência. Bastava sair à rua durante a quarentena para perceber a importância dos trabalhadores dos supermercados, que corriam risco diário; era finalmente possível compreender a importância dos motoristas de transportes ou dos profissionais de saúde (tantas vezes maltratados); ou dos agricultores que continuaram a produzir os alimentos ou dos comerciantes de bairro que os distribuíam e vendiam. Houve um pequeno período em que se aplaudiram os esforços dos médicos e enfermeiros, mas essa fase emocional já passou. Quem é que hoje quer saber das condições de trabalho nos hospitais?»

 

Eu: «Se alguém me perguntar qual é o mais belo fado de sempre, responderei sem hesitar que é este. Nascido à revelia do que geralmente acontece: primeiro surgiu a música, só depois é que chegou a letra – a pedido expresso do compositor e após algumas recusas do poeta. (...) Gaivota permanecerá para sempre ligada a Amália, incomparável intérprete desta canção condoída, que transforma a dor numa paradoxal exaltação da felicidade - tanto mais intensa quanto mais fugaz e nostálgica. Com palavras que se colam à música em respiração entrelaçada, raiz e asa, chão e céu em simultâneo. Palavras como estrelas que nos inspiram e iluminam mesmo na noite mais escura da existência, companheiras perpétuas até em momentos de dilacerante solidão.»