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Delito de Opinião

DELITO há cinco anos

Pedro Correia, 10.06.25

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João André: «O objectivo declarado de Elon Musk, o principal responsável pela SpaceX (e várias outras empresas), é o de levar seres humanos a Marte e criar lá as primeiras colónias. É um objectivo admirável e que um dia será possível, mas quando penso nele a longo prazo, penso que há um erro de cálculo no conceito de Marte como "nova casa" para os seres humanos.»

 

José Meireles Graça: «Creio que foi vítima da anedota triste que entre nós circula com a lisonjeira designação de Justiça, e lembro-me de lhe ter deixado de ouvir a voz no espaço público por, entre nós, os acusados por crimes de colarinho branco terem direito a ser assados em lume brando, mas não a ser condenados ou absolvidos. Requiescat in pace.»

 

Luís Naves: «Sempre achei pouco credível o romance de Ray Bradbury Fahrenheit 451, uma distopia em que os livros foram banidos, são queimados e decorados por pessoas vivas. Observando o meu tempo, já não acho a ideia assim tão incrível. Em vários países cresce um movimento de contestação a figuras históricas e símbolos do passado. As estátuas são identificadas com tinta e segue-se um julgamento popular à maneira da revolução cultural. Depois, são derrubadas por uma turba feroz e qualquer tentativa de as repor será combatida com tumultos. Ao mesmo tempo, limita-se o acesso do público a obras de arte associadas a ideias que os manifestantes considerem perturbadoras. Pode ser uma pintura, um filme, um livro.»

 

Maria Dulce Fernandes: «A minha primeira impressão de Marrocos foi o cheiro. Era uma mescla de pó com suor, especiarias, curtumes e sebo. Ceuta - muita gente, muita confusão. Como em tudo o que é excursão organizada, tínhamos à nossa espera um guia e um autocarro. Tour pelos pontos turísticos mais importantes, as muralhas da cidade velha, casa dos dragões, Plaza de los Reyes, o tradicional souk, os camelos e as cobras para a fotografia, tudo isto sempre com um olho no camelo e o outro no menino.»

 

Sérgio de Almeida Correia: «Quero aproveitar esta oportunidade para alertar os nossos investigadores para a necessidade de se saber qual a contribuição que demos – todos, dos comerciantes e empresários aos magistrados, dos funcionários públicos aos jornalistas, dos advogados aos diplomatas, dos políticos aos militares – para a arquitectura do actual estado policial e para a preparação desta guarda pretoriana que na RAEM nos vigia e pastoreia nas ruas, nos escritórios e nas redes sociais.»

 

Eu: «Mais logo publicarei a última nota inserida na rubrica "Sugestão: um livro por dia". Faço-o após sete anos consecutivos, colocando assim um ponto final naquela que é, porventura, a mais antiga série ininterrupta de postais subordinada ao mesmo título e ao mesmo tema da blogosfera portuguesa. Desde Maio de 2013, trouxe aqui mais de 2500 pistas de leitura - dos mais diversos géneros, das mais diversas proveniências, dos mais diferentes autores. (...) Falta acrescentar que, dos títulos que aqui fui destacando ao longo de todo este tempo, só menos de 5% me chegaram às mãos por ofertas espontâneas de autores ou editoras. Nem nunca solicitei o envio de obra alguma - para reforçar a minha independência de critério e a minha integral liberdade de escolha.»