DELITO há cinco anos
Luís Menezes Leitão: «A sua morte é um aviso para os que querem minimizar os riscos da doença Covid-19. A pessoa infectada pode adquirir uma insuficiência respiratória que, nos casos mais graves, o obriga a estar entubado com um ventilador durante semanas. Os doentes só conseguem suportar esse tratamento se forem colocados em coma induzido. Depois se vê quem recupera e quem infelizmente não sobrevive a esse inimigo insidioso e traiçoeiro. Luís Sepúlveda perdeu infelizmente essa batalha. Ficamos com os seus livros para recordar a sua passagem pelo mundo.»
Paulo Sousa: «Surgiu um vírus chinês que quase faz parar o mundo. O governo entendeu que devia fazer caridade e, como não tinha nada para dar, lembrou-se de oferecer o que era dos outros. Vai daí lembrou-se de estabelecer como preço máximo o valor de 22€ por garrafa. Como a clareza na comunicação elimina a hipótese de ajustes de discurso futuros, não informou se esse valor incluía o IVA ou não. Mas perante tal imposição de preço, com ou sem IVA incluído, o referido estabelecimento sabe que se encaixar a caridade que o governo definiu, estará a violar as leis europeias da concorrência que punem a venda abaixo do preço de custo. Por isso, até que a situação seja clarificada, o mais seguro será deixar de vender gás.»
Teresa Ribeiro: «Agora a minha rotina é simples. Entro, desinfecto-me, instalo-me à secretária frente ao computador. Ao escritório não vai mais ninguém. Tenho os gabinetes todos para mim, por isso quando falo ao telefone aproveito para fazer footing. Do fundo do meu gabinete até à sala de reuniões são 26 passos. Do gabinete contíguo ao meu até à porta de entrada, são 15.»
Eu: «Uns preferem rodear-se de livros: parece bem e confere um toque acrescido de autoridade intelectual, verdadeira ou postiça. Mas há quem opte, também nisto, por vias fracturantes. É o caso desta deputada do Bloco de Esquerda, que mandou os livros às malvas e se fez filmar no interior de uma choupana, sem adereços burgueses nem elementos decorativos indignos da "verdadeira esquerda" - a que tresanda a realismo socialista vintage, o último grito da moda dos loucos anos 30 do século passado. Assenta-lhe bem este visual: em vez de lombadas, tábuas carcomidas pelo caruncho. Sinal inequívoco de que a revolução está para chegar.»