De trambolhão em trambolhão
O PSD continua a cair nos barómetros e sondagens: vai de trambolhão em trambolhão. Atrelado ao CDS, partido hoje quase inexistente - assim, ao menos, amparam-se um ao outro na queda irrevogável.
A sessão pública de ontem, em que Rui Rio e Rodrigues dos Santos (outrora conhecido por "Chicão") anunciaram uma plataforma comum para as autárquicas, tinha uma atmosfera menos animadora do que muitos funerais. Com um a falar em alhos e o outro a falar em bugalhos. Sintonia zero. Nem podia ser de outra maneira: é uma soma de derrotados.
Um ano após o início da pandemia, e no quarto ano do exercício de Rio à frente dos laranjinhas, o PS alarga a vantagem: tem agora mais 14 pontos percentuais do que o PSD.
E o que faz o alegado "líder da oposição"? Vai de dislate em dislate. Apresentou uma lista de cem candidatos a presidências de câmaras com 97% de homens, queixando-se de haver «muito poucas mulheres disponíveis». Colou-se (pela enésima vez) ao PS, desta vez para dificultar ao máximo as candidaturas independentes nas autarquias. E agora vai a reboque do PAN, apresentando uma iniciativa legislativa para obrigar os titulares de cargos públicos a declarar se pertencem a «organizações ou associações de carácter discreto». Velha obsessão do seu guru José Pacheco Pereira.
Os lesados da pandemia agradecem estas prioridades legislativas de Rui Rio. Os mais de 600 mil desempregados portugueses devem congratular-se com tanta sensibilidade social revelada pelo presidente do PSD num país que sofre a maior contracção económica de sempre e a quarta maior queda actual do PIB ao nível da União Europeia.
Os resultados vão ver-se. Na próxima sondagem.