De pé
A humilhante retirada dos americanos de Cabul em 2021 - imitando a que ocorrera em Saigão em 1975 - encorajou o ditador russo a ordenar aos seus generais, tal como Hitler em 1939, para ocuparem toda a Ucrânia em Fevereiro de 2022. A Ucrânia oriental já estava anexada desde 2014.
Havia precedentes mais próximos na geografia, sempre encorajados pela frouxidão do chamado "Ocidente", com uma União Europeia quase desmilitarizada e os Estados Unidos vocacionados para os amenos negócios do Pacífico.
Foi assim na Geórgia em 2008 e na Crimeia em 2014: Putin passou impune. Como passara na Tchetchénia logo após assumir o poder, em 2000: afogou a revolta popular em sangue, reduzindo tudo a escombros. Como sucedera na Síria a partir de 2015, com a tropa russa praticando vergonhosos crimes de guerra em socorro da tirania de Assad, com meio milhão de cadáveres no cadastro.
Felizmente Joe Biden, após o fiasco do Afeganistão e alguma hesitação inicial face à Ucrânia, soube reagir como as circunstâncias impunham. Mas quem fez a diferença, enquanto verdadeiro líder do mundo livre, foi Volodimir Zelenski: não aceitou boleias para o exílio, mas exigiu armas para combater o invasor.
Lá se mantém ele, de pé, dando um exemplo de resistência ao seus compatriotas. E aos seus contemporâneos de todos os quadrantes.
Neste mundo onde tantos têm estado de cócoras. Basta lembrar a atitude de alemães e franceses durante anos, totalmente indiferentes à fúria predadora do carniceiro russo que queria instalar em Kiev um fantoche semelhante ao grotesco Mussolini bielorrusso, seu fiel vassalo.
Zelenski bradou: «Não passarão.» E não passaram.