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Delito de Opinião

De partir o côco

Rui Rocha, 05.04.14

De acordo com o Correio da Manhã, a Polícia Judiciária do Porto foi chamada para investigar o caso de uma mulher que fez explodir um côco, com recurso a pólvora e a mando de uma suposta vidente. Pelo visto, a detonação do côco tinha como objectivo reverter um feitiço de que o marido teria sido alvo. Um jornal normal poderia ter-se ficado pela simples divulgação do facto noticioso, relevante por si mesmo. O Correio da Manhã não. Para cabal informação dos seus leitores, decidiu contactar um especialista. No caso, Fernando Nogueira. Também conhecido por Bruxo de Fafe. O seu parecer não deixa qualquer dúvida. "Trata-se de uma burla" pois "não há bruxaria nenhuma que se resolva com um côco ou com pólvora". E vai mais longe: "essa falsa vidente devia ser presa por atentado à vida de um ser humano". Pela minha parte, daria o assunto por encerrado sem necessidade de adicional esclarecimento. Não fosse, confesso, o ligeiro incómodo provocado pela ausência de conhecimentos que me permitam, um dia que falte o Correio da Manhã, distinguir entre verdadeiros e falsos videntes.

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