Da posse
Falho de sentido de posse como sou, nunca senti o edifício do DN como meu. Pelo menos não a magnífica fachada, não a porta giratória, não os painéis do Almada. Essas glórias e a memória delas serão sempre de quem trabalhou lá dentro, na redacção. Eu, que há 34 anos pela primeira vez entrei no edifício como colaborador, usava a entrada das traseiras, que dava para as máquinas e cheirava um pouco a óleo, sempre aberta às madrugadas; e depois dela a escada, com as suas paredes amarelas de fumo e um ar vagamente industrial.