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Delito de Opinião

Crepe

jpt, 26.08.23

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Durante quase meio século sentei-me nesta esplanada olivalense, se, quando, por cá. Aqui bebi do Ucal de chocolate à (dulcíssima) amêndoa amarga, bicas, comi inúmeras tostas mistas, fumei charros, regressei para as melhores empadas de galinha da vida, e entretanto bebi alguns gins, magníficas imperiais, uísques bem servidos... Nisso sucederam-se incontáveis conversas, encantei-me com vizinhas e visitantes, ombreei com quem é ombreável - e até me zanguei com um ou outro. E em tudo isso, nestes todos anos, sempre fui o Zezé.
 
Após bastante tempo regresso hoje aqui para frugal jantar. Agora restaurante chinês, no qual sou um evidente Zé-ninguém. O decente crepe e a fresca Super Bock são-me trazidos por uma simpática (e bonita, se me permitem) empregada nepalesa, recém-chegada ao país. E neste meu recanto olivalense, onde cresci e agora degenero, com ela tenho de falar em inglês.
 
Peço uma segunda cerveja, e constato: a única coisa que mudou é que é uma sexta-feira nos Olivais e eu janto sozinho. De facto, todo o resto são pormenores...

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