Costa tira o tapete a Nóvoa.
Desde o início, logo que Costa empurrou Nóvoa para Belém, que tenho vindo a afirmar que com essa iniciativa Costa se suicidava politicamente, arrastando todo o PS com ele. É evidente que o apoio a um candidato radical de esquerda vai assustar o eleitorado de centro, que é onde se ganham as eleições. Que seria do PS se alguma vez tisse apoiado Otelo em 1976 ou Pintasilgo em 1986? Nessa altura, por muita simpatia que esses candidatos suscitassem na sua ala esquerda, os socialistas souberam ter juízo e não embarcar em cantos de sereia.
António Costa manifestamente não tem a mesma ponderação e mergulhou de cabeça no desastrado apoio a Nóvoa. Mas pelos vistos ainda há gente no PS com algum senso e já desafiaram Maria de Belém a avançar. Faz todo o sentido, pois dificilmente o PS poderia ter um nome mais adequado para o palácio de Belám. Já imagino os slogans: "Para Belém, Maria de Belém".
E perante isto o que faz António Costa? Naturalmente tira o tapete a Nóvoa, dizendo que afinal o PS pode não apoiar nenhum candidato. Temos aqui claramente um padrão de comportamento político. Depois de ter tirado o tapete a Seguro, Costa tira o tapete a Nóvoa. Resta saber quantos mais tapetes vai tirar nesta campanha alegre.
Em consequência, Nóvoa vai ser lançado às feras, logo agora que ele tinha alcançado uma vitória retumbante no referendo do Livre, tendo alcançado nada menos que 87% de 867 votos! Como se pode compreender então que António Costa se queira ver Livre dele?