Costa, o mestre da estratégia
Pois é. Contra todas as críticas, António Costa soube manter-se fiel às suas convicções. Intransigente nos princípios, apoiou com entusiasmo o Syriza desde a primeira hora. Esteve com Tsipras na campanha eleitoral, na noite da vitória, nos longos meses de negociação com os credores, no referendo. Contra conselhos, advertências, agoiros. O tempo provou que estava do lado certo da história. A retumbante vitória do não no referendo grego é também sua. O extraordinário acordo que Tsipras negociou em Bruxelas, dobrando os alemães austeritários, também. Os bancos reabriram ontem na Grécia e os seus cofres estão cheios de dinheiro. Os gregos brindam nas ruas, dando vivas a Tsipras e a Costa. Não admira pois que esta gestão política magistral tenha também reflexos nas intenções de voto em Portugal. Costa é a imagem gloriosa da esquerda que não se envergonha. Esta sondagem é a prova evidente de que Costa não tem estado a dormir. Em política, a audácia e a firmeza são sempre compensadas com elevados dividendos.