Convidado: RICARDO ANTÓNIO ALVES
Versos
Nem pensar pagar a camaradagem do Pedro Correia com prosa sobre actualidades, ou delitos semelhantes. Para isso, tenho lá o meu sítio; por isso, em bom espírito de bloga, compartilho com os leitores do DELITO DE OPINIÃO um punhado de versos, que, infelizmente, não são meus, mas de que me apropriei desde que os li pela primeira vez. Foi uma escolha difícil.
Aqui ficam, por ordem alfabética e sem repetição de autoria, que é referida no fim.
Boa leitura, de preferência demorada.
A beleza sim mais uma vez
Não por adorno mas instinto fundo (1)
a noite ergue-se num continente envelhecido (2)
bastou-me ver teu rosto e mais que ver olhar (3)
Coisas, e a morte que existe nelas, (4)
da poética só o pó, só a ética. (5)
É a vida a dar socos na porta. (6)
É só com sangue que se escrevem versos. (7)
É tarde, muito tarde na noite, (8)
Havia no ar um prazer de livro lido (9)
Jogue a dama na cama, que ela fica. (10)
Marta! Marta! / A minha ânsia de te morder, embriaga-me! (11)
O tacto, a vista, o ouvido, o gosto, o olfacto! (12)
Olha-me a estante em cada livro que olha. (13)
Os teus versos sabem mais de literatura do que tu, (14)
pode um desejo humano ser divino? (15)
Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite, (16)
Sem Jeito Para o Negócio (17)
Seu amor é um céu católico e distante… (18)
Viesses tu, Poesia,
e o mais estava certo. (19)
(1) Alberto de Lacerda
(2) João Paulo Monteiro (Ângelo Novo)
(3) Ruy Belo
(4) Murilo Mendes
(5) amadeu liberto fraga
(6) José Régio
(7) Saul Dias
(8) Jorge de Sena
(9) Fernando Grade
(10) Homero Homem
(11) João Rosado (Horácio ou O’Racio)
(12) Cesário Verde
(13) Pedro Kilkerry
(14) Rui Almeida
(15) Vasco Graça Moura
(16) Fernando Pessoa/ Álvaro de Campos
(17) Mário Cesariny
(18) Gomes Leal
(19) Sebastião da Gama
Ricardo António Alves
(blogue ABENCERRAGEM)