Confinamento não é para desempregados
Não sei há quantos anos se inventaram, para quem recebe subsídio de desemprego, reuniões obrigatórias periódicas. Em teoria são sessões que servem para que cada beneficiário apresente provas em como ocupa o seu tempo a procurar emprego, mas também para receber orientações e sugestões úteis por parte dos elementos do Instituto de Emprego e Formação Profissional que as lideram. Na prática, segundo consta, estas ações não têm préstimo algum, não passando de mero procedimento burocrático. Desde logo porque juntam na mesma sala gente com aptidões tão díspares como as de servente de pedreiro, contabilista ou professor do secundário.
Em pleno pico da pandemia, a minha amiga Madalena, jornalista de profissão, é obrigada a cumprir esta penitência. Na sexta-feira lá vai ela sair de casa e meter-se nos transportes públicos para comparecer numa reunião que vai durar a manhã inteira, onde gente de várias proveniências se vai juntar na mesma sala, simplesmente para assegurar que não lhe cortam o subsídio. Ou seja, enquanto exorta os trabalhadores a ficar em casa, este governo continua a exigir aos desempregados que desconfinem. Porquê? Porque sim!