Como se os crimes tivessem cor
Dois jovens foram assassinados no «quarto país mais seguro do mundo» (António Costa dixit). Com cinco dias de intervalo, em duas cidades diferentes. Um em Bragança, outro em Lisboa.
O primeiro foi morto por espancamento, o outro por esfaqueamento.
Um chamava-se Luís, o outro chamava-se Pedro.
Eram ambos estudantes. Um tinha 21 anos, outro 24.
Um está a suscitar marchas e vigílias de homenagem póstuma a nível nacional. O outro, não.
«Barbaramente assassinado», proclama o Esquerda.net - órgão nacional do Bloco de Esquerda - perante um destes revoltantes crimes.
Sobre o outro, nem uma linha.
A deputada Joacine Katar Moreira expressou «consternação e repúdio» sobre um destes homicídios.
Sobre o outro, nada.
Há muitas formas de racismo. Distinguir os cadáveres de dois jovens em função da pigmentação da pele é uma delas.
Instrumentalizando um deles, de modo obsceno, com fins políticos.