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Delito de Opinião

Comer (2)

Chamuças de Moçambique e cerveja da Ucrânia

Pedro Correia, 29.05.22

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Bani os fritos da minha dieta alimentar. Não me fazem falta alguma. É uma regra que admite excepções, aliás cada vez mais raras, mas tem carácter imperativo após o pôr-do-sol. E dou-me bem com isto.

Entre as excepções, figuram as chamuças que compro de vez em quando no mercado de Alvalade. De fabrico caseiro, adquiridas na banca dos congelados Zanugel, ali existente desde 1981. Só há aos sábados - e não são congeladas, estão prontas a comer, se formos cedo ainda as recebemos quentinhas. Estaladiças, com a massa vegetal adequada, o picante e a cebola no ponto certo.

Gosto tanto delas que por vezes tiro uma do cartucho para saboreá-la enquanto deambulo pelo melhor mercado de Lisboa. Que nas manhãs de sábado funciona também como ponto de encontro dos moradores do bairro. 

 

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Passei por lá ontem, já depois das onze: ainda havia. Pedi meia dúzia.

Ia com a intenção de preparar um risoto de cogumelos para o almoço. Passei pelo supermercado para me abastecer do que faltava tendo também em vista as ementas da semana que vai seguir-se.

Mas à entrada do Pingo Doce encontrei um grupo de voluntárias do banco alimentar: mudei de ideias. Enchi um saco de compras - massas, arroz, enlatados - e deixei-o com elas. Nada trouxe para mim. 

 

Sobravam as chamuças. Serviram-me de almoço e jantar (jantei cedo, aguardando a final da Liga dos Campeões). Na melhor companhia líquida possível que uma chamuça pede: cerveja, geladinha. Bebo pouca cerveja, mas agora é sempre desta marca: Robert Doms. Porquê? Por ser da Ucrânia. 

Eis a globalização à mesa. Comes de origem goesa, via Moçambique, e bebes do extremo leste da Europa, agora terra de combate. Combinação perfeita para o sábado mais quente deste ano que tem andado tão enevoado.

Slava Ukraini!

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