Com ele o PS anda descansado
Teme-se o pior: Rui Rio anuncia ao País que entrou em reflexão. Sobre o quê? O presidente do PSD admite propor o adiamento das eleições autárquicas, que deverão ocorrer no próximo Outono.
Extraordinário. O hipotético "líder da oposição" procura, uma vez mais, fazer um frete aos socialistas. Parecendo querer perpetuá-los sine die à frente da maioria das câmaras municipais do País. O que não admira, vindo do mesmo dirigente político que «para evitar desgastar a imagem do primeiro-ministro» tomou a iniciativa de reduzir de 24 para seis o número de sessões anuais de fiscalização e controlo do Governo na Assembleia da República - o que logo mereceu o entusiástico apoio do PS.
Nada para admirar, vindo de quem ainda há dias proferiu esta espantosa declaração: «O Governo pode queixar-se de tudo menos do PSD. Não temos obstaculizado em nada.»
Desta vez, porém, Rio parece condenado ao fracasso. O PS apressou-se a declarar que não está disposto a adiar a data prevista para as eleições. Mostrando-se assim mais receptivo à rotação dos titulares do poder autárquico do que o dirigente máximo da alegada oposição.
Os socialistas têm muitos motivos de preocupação. Mas com Rio ainda à frente do PSD ninguém no partido do punho fechado padece de insónias: este "opositor" é o sonho de qualquer governo.