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Delito de Opinião

Com franqueza, já cheira mal

Pedro Correia, 26.04.18

Algumas almas andam por aí aos gritinhos, clamando contra putativas violações do "segredo de justiça" - matéria que só lhes interessa, por coincidência, quando a beautiful people, habituada a beber do fino nos cenáculos da capital, senta o traseiro no banco dos réus.

Entre o direito à informação e o "segredo de justiça", nem pestanejam: elegem o segredo. Curiosamente, esta tribo dos gritinhos inclui várias pessoas alegadamente portadoras de carteira profissional de jornalista, que disparam impropérios contra quem relata e noticia, enquanto entoam hossanas a quem omite e silencia. Estranha forma de exercer o jornalismo, entre a venda e a mordaça.

Sendo o segredo de justiça um instrumento processual, de modo algum pode ser colocado no mesmo patamar da liberdade de imprensa ou da liberdade de expressão, queiram ou não queiram os defensores das novas formas de censura. Se alguém tem consciência disto é a actual segunda figura do Estado português, cuja frase mais célebre contribuiu para clarificar a questão: "Estou-me cagando para o segredo de justiça!"

Com franqueza, tanta polémica a propósito disto já cheira mal.

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