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Delito de Opinião

Ciclos de vinganças

João André, 21.07.14

E entrtanto, em Israel, um exército lá vai avançando à bruta sobre um dos territórios mais densamente povoados do mundo em busca de inimigos que se escondem no meio da sua própria população. Fora o serviço social que presta à própria população, não tenho qualquer simpatia pelo Hamas, como não tenho simpatia por gente que ataca civis, independentemente das suas justificações.

 

Da mesma forma também não tenho simpatia por um Estado que abusa do seu poder desproporcionadamente superior para entrar pelos territórios palestinianos adentro sabendo que irá matar muita gente de forma indiscriminada. Quaisquer comentários que acusem o Hamas de ser o responsável por essas mortes dizem mais de quem os escreve/diz do que qualquer coisa em si mesmos.

 

Já muitas vezes o defendi. A única solução para a espiral de violência em Israel e na Palestina é que um dos lados decida, por uma vez, não retaliar. Que aceite que, por má que seja a solução, algumas mortes hoje pouparão muito mais vidas no futuro. Sendo o lado mais poderoso e o único que pode proteger passivamente a sua população (o sistema "Cúpula de Ferro" tem conseguido manter a zero as vítimas dos rockets artesanais do Hamas), Israel seria a solução lógica para tomar esse passo, não retaliando e, idealmente, começando a considerar libertar (ou pelo menos negociar) com Marwan Barghouti.

 

Israelitas e palestinianos parecem os membros de duas famílias sicilianas num filme estereotipado sobre a Mafia. Ninguém sabe porque razão se começaram a matar, mas cada morte acarreta nova obrigação de vendetta. A solução para o problema, semelhante à de cima ou outra qualquer, passará provavelmente por uma má paz, mas esta será semrpe preferível à melhor das guerras.

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