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Delito de Opinião

Cheers!

Paulo Sousa, 20.07.21

A expressão “tornou-se viral” transmite ao mesmo tempo imensidão e efemeridade. O seu significado é em si mesmo uma contradição. É como a explosão de uma bola de fogo pirotécnico, que no exacto instante em que a tentamos memorizar, já desapareceu.

A vida nas redes sociais é assim. Quem por lá passa, ou por lá vive, sabe bem o que isso é.

Num dos últimos vídeos que arrebatou as atenções e abriu novas escalas nos gráficos de visualizações, aparece Paulo Rangel a caminhar a desoras, pelas ruas de Bruxelas, visivelmente embriagado.

Logo no primeiro instante imaginei que se tratasse duma daquelas preciosidades que alguns políticos guardam para “deslargar” quando entenderem ser o momento certo. No tipo de combate político em que debater ideias dá trabalho, e em muito poucos adversários têm amigos generosos que perdem o conto a quanto já “emprestaram”, este tipo de imagens podem ser consideradas como uma poupança para usar em tempos difíceis.

Quase nos habituamos a que perante a suspeita de má conduta a reacção fosse de indignação, não faltando de imediato a teoria da cabala.

Mas Rangel mostrou ser diferente. Não tentou desmentir, nem negar. Simplesmente assumiu o facto dizendo:

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Vi reacções de várias figuras, nem todas próximas do campo político de Rangel, que reconheceram que a sua resposta mostrou humanidade e que tinha virado a má onda contra quem achou que o estava a atacar. Não sabendo se o ataque terá sido originário do campo adversário ou tendo vindo do inimigo, o facto é que a sua reacção foi genuína e mostrou que ainda há quem possa trazer política à política.

Os mais atentos terão identificado que a diferença que referi, entre adversários e inimigos, resulta de uma distinção que Churchill terá feito entre os membros do partido contrário – os adversários – e os do seu próprio partido – os inimigos. Essa é a natureza da política e quem lá está sabe as regras do jogo.

E estando a falar de políticos, de “glórias, terrores e aventuras” e de bebidas alcoólicas, o honorável W. Churchill tinha de vir à baila.

Por isso, em memória dos políticos que não tratam os cidadãos como crianças, nem querem serem líderes morais da sociedade, partilho aqui uma receita médica que terá sido prescrita ao próprio durante uma visita aos E.U.A. em 1932, ou seja, durante a vigência da Lei Seca.

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Cheers!! 

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