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Delito de Opinião

Cem Prémios Nobel justamente atribuídos (11)

João André, 16.10.22

1921, Prémio Nobel da Física

11 Einstein_1921_by_F_Schmutzer_-_restoration.jpg

Albert Einstein, «pelos seus serviços à física teórica, e especialmente pela sua descoberta da lei do efeito fotoeléctrico».

Este Prémio Nobel da Física será um dos mais dúbios da história deste prémio, não por Einstein não o merecer, mas antes porque a citação teve que esconder os seus méritos. Em 1915, Einstein tinha publicado o seu trabalho sobre a Teoria da Relatividade Geral, a qual continha várias previsões sobre o efeito da gravidade do Sol sobre fotões mais distantes. Em 1919, Arthur Eddington provou esta previsão como exacta assim demonstrando a importância da Teoria da Relatividade Geral. Só que por esta altura a Alemanha, onde Einstein vivia e da qual era cidadão, vivia nos seus turbulentos anos de pós-guerra, onde ser judeu e pacifista (como Einstein) era perigoso. A Alemanha fez então lobby para que Einstein não recebesse o prémio pela Teoria da Relatividade, que era complicada para muitos e como tal fácil de atacar. O Comité Nobel decidiu então que a forma mais simples de o honrar seria através das suas múltiplas contribuições para a Física Teórica (só o seu annus mirabilis de 1905 deveria ser suficiente) e foi mesmo ao ponto de comentar que o prémio não levava em consideração a Teoria da Relatividade, deixando talvez em aberto a possibilidade de lhe entregar o prémio novamente no futuro.

Isso acabou por não acontecer. À medida que Einstein se tornou a maior figura da Física, a mesma começou a mover-se em direcções com as quais ele discordava (Física Quântica). Com o tempo, talvez a entrega de um segundo prémio a Einstein se tivesse tornado embaraçosa. Curiosamente, Einstein não esteve presente em Estocolmo para receber o prémio. Estava na altura no Japão, em grande parte devido ao risco que a sua vida corria.

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