Cartão do adepto (2020-2021)
Em Junho do ano passado, com o País assolado pela pandemia e o futebol sem público nas bancadas apos três meses de paralisação total, o Governo lembrou-se de tirar da cartola o chamado «cartão do adepto». Coisa para armar ao modernaço, apanhando boleia do ar do tempo. Pretendia-se "combater a violência nos recintos desportivos" - quando eles estavam mais vazios que nunca - e travar «o racismo, a xenofobia e a intolerância».
Belos princípios, péssima maneira de legislar. Na bolha do gabinete do secretário de Estado do Desporto, manifestamente incompetente para exercer tal função.
A portaria de João Paulo Rebelo, como sabemos, não serviu para nada. Nenhum adepto passou cartão ao tal «cartão do adepto», mera tontice burocrática condenada ao fracasso desde o vagido inicial. De tal maneira que acaba de falecer, envergonhadamente, em estado virginal. Revogado na Assembleia da República, por proposta da Iniciativa Liberal, sem sequer um voto a defendê-lo no hemiciclo.
Finou-se com a tenra idade de 16 meses de existência virtual. Estava escrito nas estrelas, logo no primeiro dia, que só podia mesmo terminar assim.