Cadeiras
Há os que se sentam numa e nunca mais se levantam. Ficam colados ao fundo, como umas lapas. E só se erguem, com manifesta dificuldade, quando os fundilhos começam a arder. Ou caem da cadeira. Outros há que não se chegam a sentar. Para não perderem tempo e irem acumulando cadeiras.
Em comum têm a mesma coerência, o mesmo amor aos números.
É-lhes incontrolável. Vem da massa do sangue.