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Delito de Opinião

Bullying, disse ela

Teresa Ribeiro, 19.04.15

E disse bem. Só que não estamos sequer a falar de um episódio passado entre crianças, ou adolescentes, ou gente rude. Não, isto aconteceu num hospital, por ordem de gestores hospitalares e com a colaboração de médicos. Ficámos também a saber que não foi caso único. A moda pegou no Serviço Nacional de Saúde.

Pelos vistos é assim que querem acabar com as mamas no Estado. Alguém lhes explique o que é uma metáfora e já agora o que é a decência. 

8 comentários

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    Teresa Ribeiro 20.04.2015

    Não é a necessidade de apresentação de prova que está em causa, como é óbvio. Por isso ninguém está aqui a defender "benefícios para todos, sem perguntas". Mas quem não tem razão, sente sempre necessidade de distorcer os factos, não é? Um clássico!
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    Nuno 20.04.2015

    Lamento discordar. É claro que é isso que está em causa. Como é que o médico que passa a declaração sabe que a mulher ainda amamenta? Pergunta-lhe e confia na resposta?

    O médico responsável por passar a declaração pediu às mães mostrarem que ainda amamentavam (se não amamentassem, aos 12 meses já não teriam leite). Não querendo fazê-lo à frente do médico, foi-lhes dada a hipótese de o fazer em maior privacidade, acompanhadas por uma enfermeira, com recurso a uma bomba. As baixas também são avaliadas pelo médico que nos é atribuído e não pelo que escolhemos. Se forem prolongadas recorre-se a uma junta médica.

    O que é que isto tem de especial? Qual é o problema dum profissional de saúde fazer aquele exame? Se tivesse uma mastite o médico não podia apalpar-lhe as mamas? Durante a gravidez o obstetra nunca lhe mediu o colo do útero com os dedos?

    Sinceramente, o que eu acho chocante é uma enfermeira ficar chocada com um procedimento médico tão inofensivo. Conhecendo vários enfermeiros, tenho a certeza que na sua profissão praticou actos médicos bem mais invasivos (nem sempre com a paciência necessária para tranquilizar os doentes), e que muitas vezes duvidou da boa fé dos seus doentes (e os obrigou a tomar remédios por não confiar que os tomam sozinhos, que lhes ralhou por fazerem cocó fora da fralda, etc).
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    Teresa Ribeiro 20.04.2015

    O médico que passa a declaração terá de ter uma relação clínica com a paciente que passa pela observação física, como é óbvio.
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    Nuno 20.04.2015

    O que a choca é isto ser feito no âmbito duma consulta tipo "medicina no trabalho" promovida pelo empregador?

    Dou-lhe um exemplo diverso então. Eu não sou seguido por um médico de família, em grande medida porque há 10 anos que não há médicos de família disponíveis no meu centro de saúde. Não tenho qualquer relação com os médicos do meu centro de saúde, mas é lá que tenho que me dirigir se quiser pedir uma baixa médica comparticipada.

    Se nessa consulta me for pedido qualquer tipo de demonstração da doença já diagnosticada isso é bullying também? São bullying as juntas médicas de aferição de baixas prolongadas? O que sugere em alternativa?
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    Teresa Ribeiro 20.04.2015

    Ah, agora chama-lhe "consulta de medicina do trabalho". Nas notícias em lado algum se refere que tudo se passou no âmbito dessa consulta.
    Quanto aos exemplos que dá, naturalmente a única coisa que lhe posso responder é que cada caso é um caso. Nada como diversificar cenários para desviar o foco da discussão, não é verdade?
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    Anónimo 20.04.2015

    A consulta segundo as notícias chama-se "consulta de saúde ocupacional" e é promovida pela entidade empregadora.

    Uma enfermeira foi atendida por uma médica que lhe pediu uma demonstração de que ainda amamenta. Outra foi atendida por um médico que face à surpresa da mãe com o pedido, se disponibilizou para que fosse uma enfermeira em vez dele a realizar o exame com ajuda de uma bomba de leite.

    Exactamente o que é que há de aberrante, bullying e perseguição numa consulta médica um profissional de saúde pedir para fazer um exame de 30s que demonstra que uma licença para redução de 25% no horário laboral que se subsiste há mais de 6 meses (num dos casos 18 meses) se continua a justificar?

    Sinceramente gostava que a Teresa o que é que este acto médico realizado por um profissional de saúde em âmbito hospitalar tem de intrusivo e humilhante, palavras suas.

    Porque é a Teresa e não os médicos em causa a usar termos como "ordenha" para se referir ao dito exame, termo que aliás considero altamente insultuoso para a minha mulher que diaramente, e a muito custo, tira leite todos os dias no emprego para dar à nossa criança, e que certamente não ficaria incomodada de o fazer perante um profissional de saúde.
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    Teresa Ribeiro 21.04.2015

    Não precisa de distorcer o que disse. Usei o termo "ordenha" porque foi o que me pareceu designar melhor a intimação feita aquelas mulheres para espremerem os seios. Eu, que já amamentei, sentir-me-ia, nessas condições, humilhada. Não percebo porque nesta discussão as pessoas insistem em confundir amamentação em público com o que se passou. Se fosse um procedimento assim tão normal não teria o impacto público que teve e não levaria pelo menos um dos gestores hospitalares a anunciar que iria rever os procedimentos.
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