Blogue da semana
Vivemos tempos não favoráveis a funcionários públicos, em geral, e a enfermeiros e professores, em particular. Posso compreender que o governo tenha de ser regrado com as suas finanças e se veja impedido de atender a todas as reivindicações. Mas não posso compreender que um primeiro-ministro hostilize certas profissões, levando à radicalização de opiniões entre o próprio povo que governa, apenas para se promover a si próprio (longe vão os tempos da "paixão" pela educação do Guterres...).
Há cerca de cinco anos, a minha mãe teve cancro. Estava ela no IPO a ser preparada para iniciar a quimioterapia e gostou tanto do médico que tratava dela, que lhe disse admirar a sua profissão, de inteira dedicação aos outros, constantemente em contacto com o lado menos bom da vida. E também lhe disse que admirava a maneira como ele a exercia. O médico perguntou-lhe então: "E a senhora, que profissão tinha?" "Eu? Era professora primária." "Pois olhe, se não tivesse sido a minha professora primária, eu não poderia estar aqui, a tratar de quem precisa."
É disto que precisamos, do reconhecimento da importância de todas as profissões. E como os professores estão, hoje em dia, entre os "mal vistos", elejo, para blogue da semana, o IP, que nos dá uma visão do que é ser professor/a, pela mão de Beatriz J, sempre lúcida, sincera e assertiva, qualidades cada vez mais raras.
P. S. A quem interessar: a minha mãe superou a doença.