Concordo consigo, Pedro. Considerar a mulher como um objecto sexual é o expoente máximo da obtusidade machista. A esmagadora maioria, mas por margem sem comparabilidade imaginável, dos homens não olham para uma mulher como um objecto sexual. Olham sim e o sentido sexual prevalece sobre todos os outros, mas porra! Ali está uma mulher. E os homens, esses que para quem a mulher não passa de um objecto sexual, deveriam saber que elas num primeiro olhar sabem isso. Sorriem interiormente e se se namorarem ou casarem, vão ser uns namorados ou maridos muito infelizes. Porque se na verdade o sentido sexual é comum aos dois géneros, mais verdade ainda é que faz tanta falta a uma mulher um homem como uma bicicleta a um peixe. Ah e tal, - admirar-se-ão os machos convencidos de que ela está rendida à sua irresistibilidade masculina. Então por que é que ela se mostra tão sedutora se não fosse para me agradar? Santa ingenuidade. Oh Deus! Guarda-lhe o melhor lugar no Céu. A mulher quando se penteia, se veste, se calça, se perfuma, se maquilha, enfim; quando se alinda a preceito, não é a pensar no marido ou namorado a quem dedica tantos e profundos cuidados: esses estão muito longe das suas cogitações. Fá-lo para mostrar àquela convencida da amiga que tem a mania que é boa, que ela, se quiser, a arruma para fora de campo em dois tempos. Ai homens, homens. Lembrem-se sempre. Tudo quanto um homem possa fazer, ela fá-lo sempre muito melhor. Com que então um homem vê na mulher um objecto sexual? Eu por acaso nunca vi, mas também nunca fui infeliz.
Ana Lima, Ana Margarida Craveiro, Ana Sofia Couto, André Couto, Bandeira, Cláudia Köver, Coutinho Ribeiro, Fernando Sousa, Francisca Prieto, Inês Pedrosa, Ivone Mendes da Silva, João Campos, João Carvalho, José António Abreu, José Gomes André, José Maria Pimentel, Laura Ramos, Luís M. Jorge, Marta Caires, Paulo Gorjão, Rui Herbon, Rui Rocha, Tiago Mota Saraiva