Barulho
Logo nas primeiras linhas de Ravelstein, Saul Bellow escreve que é “curioso que os beneméritos da sociedade sejam pessoas divertidas. Pelo menos na América é com frequência este o caso. Quem quiser governar o país tem também que o entreter”.
Vista a campanha dos dois principais candidatos, os beneméritos estão em parte incerta, gente divertida também não se viu (a inimputabilidade, por um lado, e o cinismo sem sinal de projecto político, por outro, não divertem), e seja qual for o resultado duvido que haja entretenimento de qualidade. Estas eleições são de tal forma atípicas e decepcionantes que nem o maior escritor americano do pós-guerra equacionou uma coisa assim.