Augusto M. Seabra
(créditos: Público, Pedro Martinho)
Não havia texto dele que não fosse lido. Não havia apreciação que não fosse fundamentada. Não havia crítica que não fosse, como no Letra de Forma escreveu citando Baudelaire, "parcial, política e apaixonada". Eu acrescentaria livre. Goste-se ou não.
Muito terá ficado por dizer e por escrever. A morte chega sempre cedo quando ainda há perspectiva de tanto para fazer, desenvolver, concluir. Viver.
Restará a memória e tudo o que ficou registado. Muito, nele, terá sido sempre pouco, mas o melhor mesmo é ler o excelente Destaque, escrito a várias mãos, da edição de hoje do Público sobre esse português que nos deixou.
Às vezes, no meio de tanta mediocridade, fico a pensar como é que em Portugal ainda sobrevive gente assim. E que deixa obra.