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Delito de Opinião

Até o diabo se ri!

Maria Dulce Fernandes, 22.06.19

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Não há ser mais inseguro do que este humano que somos. Os ditos irracionais que vivem condicionados à subsistência diurnal são tantas vezes mais ousados, mais resolutos  e expeditos do que os pensantes.

É certo que se vive num habitat social onde cumprir regras é fundamental para coabitarmos pacificamente, mas existe o livre arbítrio, aquilo que imprime em cada indivíduo a marca da sua personalidade. São as escolhas que fazemos que nos definem como pessoas. Somos nós que transportamos o passado, criamos o presente e lançamos a pedra basilar do nosso futuro .

Não há prescrição para o advir, mas é normalíssimo atribuir-se os agravos da existência a outrem, principalmente aos nossos medos, insatisfações e negatividade a que normalmente chamamos diabo, porque tudo o que corre mal é sem dúvida obra do diabo.

"São coisas do diabo"; "Às vezes, atrás da cruz está o diabo escondido"; "Quem com o diabo se deita, com o diabo amanhece"; "Não vá o diabo tecê-las"; "O diabo a quatro"... O mais característico de todos os dizeres "diabólicos" é sem dúvida "Que venha o diabo e escolha".

Escolheremos nós assumir as nossas escolhas como próprias, e não imputá-las a um qualquer pobre diabo?  

O orgulho é a raiz de todo o mal, e apesar de enraizado e ramificado na consciência dos homens não é robusto nem preciso como um relógio suíço, nem o relojoeiro é o diabo. O detentor da chave que lhe dá corda e alimenta somos todos, é cada um de nós.

 

Bom fim de semana.

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