As palavras do ano
Informa a Porto Editora que os vocábulos em competição até 4 de Janeiro, para conquistarem o título de Palavra do Ano são incêndios (assim mesmo, no plural), afecto, vencedor, crescimento, cativação, desertificação, gentrificação, peregrino e independentista.
Noutros anos as palavras eleitas foram esmiuçar (2009), vuvuzela (2010), austeridade (2011), entroikado (2012), bombeiro (2013), corrupção (2014), refugiado (2015) e geringonça (2016). De acordo com quase todas, excepto bombeiro, que podia ser palavra de qualquer ano, e entroikado, termo fugaz, que nunca vingou. Vuvuzela - artefacto sonoro popularizado universalmente no campeonato mundial disputado na África do Sul - demonstrou como o futebol pode influenciar o vocabulário comum.
Até devido a tal precedente, aproveito para apresentar uma reclamação à Porto Editora: faltam desta vez aquelas que são para mim, inquestionavelmente, as Palavras de 2017: video-árbitro e cartilha. Raras foram tão usadas nos órgãos de informação e nas redes sociais ao longo do ano.
Vídeo-árbitro, tecnologia inaugurada para reforçar a transparência e o rigor nos campos de futebol, tem a ver com verdade desportiva. Cartilha, espécie de manual de maus costumes para efeitos comunicacionais, está relacionada com a inaceitável perversão do desporto-rei.
Eu votaria na primeira. Para acabar de vez com a segunda.